quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Fila.. que fila?!

Dizem que em Cuba tudo é racionado. Os visitantes que desembarcam na ilha do Fidel Castro, e trazem consigo material de higiene pessoa, podem fazer trocas ou presentear os nativos. Dizem que uma escova de dente pode comprar a dignidade sexual de um ser humano em Cuba. Sim, pois lá o Estado distribui tudo que a população precisa. Porém, não lhes avia o tanto que lhes é necessário para suprir suas necessidades. As pessoas enfrentam filas. Filas para a escova de dente, filas para o sabonete e por aí vai.

O ser humano acostumou-se a formar filas, nos bancos, no açougue, no quartel e em tudo que se possa imaginar. As filas organizam contingentes excedentes de seres humanos que estão aglomerados disputando ou aguardando uma finalidade em comum. Ao falar em fila fico imaginando as pessoas no inverno na antiga Iugoslávia, esperando alguma provisão que o governo comunista estava a lhes conceder. Imagino uma tropa marchando para frente de batalha, em fileiras. Só não consigo imaginar pessoas enfileiradas esperando para ter um relacionamento amoroso com certa sujeita ou sujeito. Isso já é querer demais da minha imaginação.

Então, minhas crianças, como pode alguém proferir a seguinte frase: “a fila anda”, em se tratando de uma relação amorosa que chegou ao fim ou quando alguém não corresponde suas expectativas sentimentais. Considerando as variantes de uso pode-se afirmar que “a fila anda” pode ser dita para o parceiro se atentar aos acontecimentos, caso contrário será trocado por outro da fila imaginária. Usa-se também para justificar uma dispensa, a fila anda ora bolas! Para que eu estaria com fulano se ele não preenche todas as minhas exigências. Serve até para o infeliz que foi chutado, a fila anda meu amigo! Essa não lhe quis terá quem lhe queira.

Eu não acredito nessa fila. Ninguém é tão desejado a ponto de formar uma fila de pretendentes. Essa frase é um subterfúgio um tanto rude. Parece que estamos lidando com gado. Essa frase é carregada de simbologia, e nada mais é que uma fuga. Na realidade não existem exigências e sim empecilhos para que as pessoas se aproximem. E tudo em nome da fila.

Mais uma vez, minhas crianças, quero que reflitam sobre alguns fatores acerca da fila. E quando a fila acaba e não aparece ninguém que preencha os requisitos? Existem seguidores de fila e formadores de fila ou todo mundo tem fila e está em alguma fila? Pensem bem sobre o assunto e verão que mais uma vez eu tenho razão. A fila não existe, é obra do imaginário coletivo das solteironas amarguradas. Homem não entra em fila por mulher, quanto mais volta para o fim da fila.

E minhas amigas, revejam seus conceitos ou ficarão para benzer tormenta.

Roberto Carlos, primo de "el comandante"

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